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Economia Criativa

As mudanças na economia global, neste século, apontam para novos desafios em termos de desenvolvimento, geração de trabalho e de renda. Cada vez mais, a informação, o conhecimento, a criatividade e a cultura tendem a se consolidar como os motores do crescimento econômico. Nesse contexto, emerge o conceito de economia criativa, que busca descrever aqueles setores nos quais a agregação de valor dos produtos e serviços está diretamente relacionada à cultura e à criatividade. 

A economia criativa abrange os ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam a criatividade, a cultura e o capital intelectual como seus insumos primários. Os setores criativos estimulam a geração de renda, criam empregos e produzem receitas de exportação, ao mesmo tempo que promovem a diversidade cultural e o desenvolvimento humano.

O conceito de economia criativa é relativamente novo, surgiu na virada do século XX para o século XXI. Em função disso, ainda existem controvérsias acerca de quais são as atividades que compõem esse setor. De acordo com cada modelo utilizado, os números podem mudar, na medida em que os critérios podem ser distintos. Por isso, sempre é importante se referir às fontes dos dados e ter muito cuidado na comparação dos números. Além disso, é necessário considerar que o setor cultural se caracteriza por um alto nível de informalidade nas relações econômicas.

Ainda assim, é inegável que os números globais da economia criativa são cada vez mais expressivos. De acordo com um recente relatório da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD)¹, o tamanho do mercado global de bens criativos mais do que duplicou, passando de US$ 208 bilhões, em 2002, para US$ 509 bilhões em 2015. No mundo inteiro, mesmo em um contexto de crise econômica, a produção e o comércio de bens e serviços criativos seguem crescendo de forma significativa, em um ritmo de mais de 7% ao ano.

De acordo com o mesmo estudo, o setor é também parte importante da economia do Brasil. Segundo o relatório das Nações Unidas, 5,5% do total da força de trabalho do país atuam na economia criativa, o que representa mais de 11 milhões de pessoas em mais de 320.000 empreendimentos. Conforme os dados mais recentes, as exportações brasileiras de bens criativos chegaram a US$ 923 milhões, enquanto as de serviços criativos ultrapassaram a marca de 1,8 bilhões em 2014. Segundo levantamentos elaborados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), em 2017, o PIB criativo representou 2,6% de toda a riqueza gerada no Brasil. Esse conjunto de dados evidencia a importância dos setores criativos na economia de nosso país.

Rio Grande do Sul

Em nosso estado, os primeiros estudos sobre a economia criativa foram realizados no final da primeira década do século XXI. Esses estudos apontam para uma realidade muito similar à dos estudos nacionais, mostrando que a economia criativa tem um peso significativo em termos da geração de trabalho e de renda. Segundo o levantamento da Firjan, considerando o número de profissionais em cada uma das atividades do setor criativo, o Rio Grande do Sul é o segundo estado no Brasil na área da moda, o terceiro nas áreas de design e de TICs e o quarto em publicidade e marketing, segmento editorial, de patrimônio e de artes. 

Ocupamos, portanto, um lugar importante no cenário nacional da economia criativa. Analisando os dados relativos aos empregos formais e tomando como base os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), podemos ter uma ideia do número de postos de trabalho gerados pela economia criativa no Rio Grande do Sul. Como critério, adotamos a definição de setores culturais utilizada pelo IBGE no Sistema de Informações e Indicadores da Cultura (SIIC). Segundo essa abordagem, em 2017, e considerando apenas o mercado formal, temos 96.340 trabalhadores na economia criativa, o que é equivalente a 3,3% da força de trabalho do estado. Esses trabalhadores movimentam, apenas em salários e remunerações, mais de R$ 255 milhões ao ano.

O número de postos de trabalho gerados pela economia criativa é ainda maior se considerarmos também os microempreendedores individuais (MEI) das mesmas áreas. Segundo dados de 2019, temos nesses mesmos setores mais 40.573 postos de trabalho, que equivalem a 7,9% do total de MEIs em nosso estado.

Parceiros do Projeto

Secretaria de Estado de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG); Secretaria de Estado da Educação (Seduc); Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP); Secretaria de Estado de Turismo (Setur); Secretaria de Estado de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT); Secretaria de Estado da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social (SICDHAS); Secretaria de Estado de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS); e Secretaria de Estado de Comunicação (Secom).

¹ UNCTAD, Creative Economy Outlook – Trends in International Trade in Creative Industries, 2018 Brasil.
RS Criativo